A Mara Salvatrucha, popularmente conhecida como MS-13, é uma gangue formada principalmente por salvadorenhos espalhados pelos Estados Unidos, El Salvador, Guatemala, Honduras, México e vários outros países de toda a América, somando em média, 70 mil homens. Inclusive, existem indícios de que haja ramificações também no Canadá e na Espanha.
A “mara” – significado para “bando” – deu inicio em Los Angeles, destino inicial de grande parte dos imigrantes que saíram de El Salvador no início dos anos 80, sendo fugitivos da Guerra Civil no país entre a guerrilha de esquerda e do Governo militar. Esses “salvatruchas” – apelido para salvadorenhos – foram hostilizados pelos grupos já estabelecidos na região. Esses jovens decidiram formar seu próprio bando. Após algum tempo o MS-13 passou a se lançar contra “maras” rivais – principalmente a Mexicana Mara 18 – e automaticamente ao crime, o que fez o Governo Norte-Americano deportar os membros mais perigosos. Porém, tanto esforço não lhes foi útil, pois os membros deportados formaram uma espécie de ponte-aérea El Salvador-EUA – exatamente a brecha que a organização precisava para ramificar as atividades e estender seus tentáculos pela América Central.
Desde então, os integrantes da “mara” vivem dentro dessa máfia sem a menor preocupação. Ou seja, não se importam se estão ajudando a dissolvê-la ou se estão colocando mais lenha na fogueira. Há histórias que relatam queima de arquivo aos desertores, rituais cruéis de admissão e, claro, a condição, um tanto ou quanto clara de sua inicialização com tatuagens e símbolos – normalmente o “chifre” com a mão e as tatuagens – só reforçam a imagem da tribo ultrafechada. Dentro desses “símbolos” há alguns que possuem ênfase. Por exemplo: a lágrima tatuada embaixo do olho é relacionada ao comportamento do membro na prisão. Dizem que ela é tatuada para indicar que aquele “salvatrucha” matou um inimigo ou perdeu um ente querido. Já a letra “M” e “S” imprimidas na pele, normalmente em caracteres góticos, não deixam dúvidas: o prisioneiro que a carrega faz parte da Mara Salvatrucha, popularmente conhecida como MS-13, uma das mais violentas e letais gangues do planeta. Lembrando que, para possuir tal tatuagem, o membro do bando deverá matar o membro de uma Mara rival. É comum ver os membros da gangue com tatuagens no rosto, pescoço e mãos. Lugares difíceis de serem vestidos. Normalmente tatuagens de organizações criminosas tendem a ser mais discretas ou possíveis de serem escondidas, visando à possibilidade do indivíduo não ser facilmente reconhecido e passar despercebido. Facilitando assim suas atividades criminosas.
Como é o caso dos Yakuza, que tatuam o corpo inteiro, mas tradicionalmente essas tatuagens não podem ultrapassar o pulso, o tornozelo e o pescoço do mafioso. Tatuar o rosto era comum entre a tribo Maori como prova de coragem, motivo de orgulho e prova de sua posição na hierarquia social, e estas inscrições corpóreas só eram permitidas a homens livres e nobres. Nas Maras, essas características de coragem e orgulho também são notadas, bem como um sentido de identidade pessoal/coletiva. Ao tatuar o próprio rosto com os símbolos de suas gangues, o jovem demonstra sua bravura e seu desejo de pertencer a “família” (como eles se chamam) assumindo permanentemente a identidade do grupo. Abrir mão das características físicas mais notáveis quanto à individualidade e identidade para carregar as marcas de seu bando no local mais visível do corpo “los maras” demonstram convicção e um forte comprometimento com o grupo, além do significado de braveza por ter passado por um ritual doloroso e com conseqüências para o resto da vida.
O número 13 também carrega um significado, só que mais próximo a violência do bando. O número é relacionado tanto coma idade que o jovem poderá tornar-se um membro da Mara, quanto aos 13 segundos de espancamento para iniciar-se ao MS-13. Semelhante ao procedimento também adotado pelo bando 18 Street.
Em 2005, surgiram alguns rumores, onde frisaram que a Al-Qaeda se encontrava com MS-13 e outros grupos Americanos Centrais para ajudar na infiltração aos Estados Unidos. O Agente Robert Clifford do FBI informou a comunidade de inteligência e aos governos de diversos países Americanos Centrais que, não havia nenhuma base concreta para acreditar que o MS-13 estava conectado a Al-Qaeda ou a outros radicais Islamitas. Porém, até então, nada confirmado. Só nos resta aguardar os próximos capítulos dos “salvadorenhos.”