O último dos cinco episódios da série Chernobyl foi ao ar em 07 de junho pela HBO Brasil. A produção original é uma parceria entre a emissora e a Sky Atlantic que retrata os desdobramentos do pior desastre nuclear da história, e vem sido amplamente elogiada pelo público e pela crítica especializada.
Com efeitos especiais, fotografia, cenários e caracterizações realistas e arrepiantes, o enredo da série nos leva à madrugada de 25 de abril de 1986, em Pripyat, então parte da União Soviética. Naquele dia, o reator 4 da usina de Chernobyl explode durante testes de segurança. O que se segue é uma fatídica sequência de erros humanos, omissão de informações e manobras políticas que resultam no profundo drama humano da tragédia.
O ponto alto da série está nas histórias de algumas das vítimas da catástrofe, como funcionários da usina e da equipe de bombeiros, primeira a chegar ao local para conter o incêndio, sem saber da gravidade do acidente ou mesmo do perigo contido na radiação nuclear que os matou em poucos dias. Há também a menção a centenas de mineiros e trabalhadores batizados de liquidadores que, mesmo sabendo dos grandes riscos, submeteram-se ao trabalho no perímetro altamente contaminado para executar obras de contenção e a limpeza dos destroços radioativos.
Cidade fantasma comemora a alta no turismo
Mais de 30 anos após a catástrofe, a Zona de Exclusão de cerca de 2.600 km² em torno de Chernobyl tornou-se uma atração turística.
A cidade fantasma de Pripyat, localizada onde hoje é a Ucrânia, inicialmente era uma cidade-modelo construída para abrigar os trabalhadores da usina nuclear, e, após o acidente, foi evacuada. O local ainda é radioativo, mas recebe regularmente visitas guiadas para turistas interessados em conhecer os restos da tragédia.
De acordo com o Yaroslav Yemelianenko, diretor da Chernobyl tour, em recente entrevista à agência Reuters, o aumento de 40% das visitas ao local foi atribuído ao estrondoso sucesso da série. “As reservas de pacotes para junho, julho e agosto estão crescendo como nunca”, conta.
O passeio guiado custa em torno de US$100,00, incluindo guias especializados e manuais de normas de segurança e comportamento para evitar riscos de contaminação. “Minha agência tem feito muito sucesso, já que inclui visitas a alguns dos lugares retratados na minissérie, como o bunker militar”, revela Ymelianenko.
Entre os locais mais visitados pelos turistas estão o parque de diversões e sua emblemática roda gigante abandonada, além do belíssimo monumento aos bombeiros, constantemente coberto de coroas de flores para homenagear os heróis e vítimas do acidente.
Mesmo localizado próximo aos restos do reator, ainda altamente radioativo, especialistas garantem que, se obedecidas todas as normas de segurança e período de exposição, a visita é segura.
Uma das medidas de contenção da radiação mortal que ainda emana do núcleo destruído do reator foi a construção de uma gigantesco sarcófago de mais de 200 toneladas de metal, concreto e outros materiais inibidores da radiação, que está em constante processo de monitoramento e manutenção.
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