A fama da tatuagem não foi das melhores durante um bom tempo, com elas sendo diretamente associadas à marginalidade: tatuados eram criminosos, prostitutas, principalmente entre a década de 1920 até o fim da Segunda Guerra Mundial. Nessa época a arte mais corriqueira era a que conhecemos como Old School.
Atualmente, com a popularização da tatuagem, os preconceitos relacionados a essa arte vêm diminuindo e pessoas de várias idades e classes sociais adotam um desenho na pele. Uma forma interessante de desmistificar a má fama que envolve a tatuagem é ver pessoas admiradas carregando uma arte no corpo.
Aqui vamos ver o exemplo de quatro pessoas geniais, grandes em suas áreas de atuação, que tornaram seus trabalhos parte da história da humanidade e que têm em comum o fato de possuírem pelo menos uma tatuagem.
O primeiro tatuado genial e também inesperado é Thomas Edison, gênio criativo e pai de muitas das invenções tecnológicas que hoje facilitam nossa vida, como por exemplo, a lâmpada à base de energia elétrica. Entre as criações não muito conhecidas de Edison está a caneta elétrica, criada para facilitar cópias de documentos, e que, mais tarde, aperfeiçoada por Samuel O´Reilly, deu origem à primeira maquina de tatuagem. Você sabia disto?
Não se sabe ao certo se é por isso que o fundador da General Electrics tinha 5 pontos tatuados em seu braço, cujo significado e autoria são desconhecidos. A tatuagem de cinco pontos é conhecida em diversas partes do mundo e possui os significados mais diversos, como símbolo de fertilidade ou de tempo passado na prisão, por exemplo. No caso de Edison, só existem cogitações sobre o desenho em seu braço, entre elas a de que o próprio O´Rilley possa tê-lo feito.
O segundo tatuado é o autor de um dos livros mais vendidos do século XX, o questionador “1984”. George Orwell, escritor de outras obras de renome mundial, teve uma vida conturbada, que foi desde a educação em escolas aristocráticas à mendicância na Inglaterra; da defesa do socialismo à luta contra o autoritarismo do regime comunista. Nesse caminho agitado e cheio de opiniões fortes, nem sempre do agrado de todos, Orwell, segundo conhecidos, adquiriu uma mania de perseguição, o que seria a justificativa para os cinco círculos azuis tatuados nos anéis dos dedos de uma de suas mãos. Segundo a tradição de Myanmar, onde serviu como policial, os símbolos afastariam pretensos inimigos.
Ainda no ramo das artes, dessa vez no da sétima arte, o próximo tatuado é considerado um dos grandes atores da história do cinema. Robert de Niro recebeu 2 Oscars por “O Poderoso Chefão 2” e “Touro Indomável” e 4 indicações por “Taxi Driver”, “O Franco Atirador”, “Tempo de Despertar” e “Cabo do Medo”. Nesse último filme, o ator viveu Max Cady, personagem com várias tatuagens em busca de vingança, o que fez com que De Niro precisasse se pintar com tintas vegetais que só saíam meses após o término das gravações. Ao contrário desse personagem, o ator só possui uma arte no corpo: uma pantera negra no ombro direito, que, devido à sua vida extremamente reservada, possui poucos registros.
Outra personalidade genial tatuada é a musicista, escritora, poeta e pintora Patti Smith, considerada a mãe do punk rock, uma das grandes figuras da música mundial. A artista possui uma tatuagem em forma de raio feita pela também artista, dançarina e poeta Vali Myers, que, segundo Patti, era uma de suas heroínas da adolescência. A tatuagem foi feita enquanto as duas moravam no Chelsea Hotel, em Nova York, local que já abrigou residentes ilustres como Bob Dylan e Charles Bukowski. A experiência foi descrita em sua biografia “Just kids”, de 2010:
“Eu estava sentada no lobby desenhando versões de raios em meu caderno quando uma mulher singular apareceu. Ela tinha um cabelo vermelho selvagem, uma raposa viva no seu ombro e sua face era coberta por tatuagens delicadas. Eu percebi que, por trás das tatuagens, estava o rosto de Vali, a garota de quem há muito tempo eu tinha um retrato pendurado na parede.
A técnica de Vali era primitiva, consistia em uma agulha de costura grande que ela chupou em sua boca, uma vela e um pote de tinta índigo. Eu tinha resolvido ser estoica, e sentei-me em silêncio enquanto ela gravou o raio em meu joelho.”
Gênios habilidosos, dedicados,controversos, revolucionários, todos com uma coisa em comum alem do talento: um desenho no corpo, que, nesses casos, não serve para identificar um criminoso ou alguém em que você talvez não deva confiar. Elas são como as tatuagens devem ser: formas de expressão, nesses casos de pessoas com vidas espetaculares e mentes magníficas e criativas.