Quem tem alguma tatuagem com certeza já ouviu a expressão: “Tatuagem é coisa de cadeeiro” ou então viu alguma tatuagem mal feita, e a intitulou como coisa de presidiário.

Isso acontece, pois antes de ser tida como arte, a tatuagem foi e é muito utilizada para identificar tribos, povos, hierarquias e marcar criminosos.

O processo de marcar pessoas vem desde as marcas encontradas nas tribos primitivas do Brasil e em povos bárbaros da antiguidade que já utilizavam marcas nos corpos para separar e identificar os criminosos da época. Diferente da tatuagem feita por quem deseja adornar o corpo, com um desenho ou frase na intenção de deixa-lo mais bonito, a tatuagem carcerária é feita estritamente para marcar sem intenção de “embelezar”.

Os desenhos utilizados são feitos para serem interpretados apenas por aqueles que vivem no universo da criminalidade e quanto mais exposto for o local do corpo escolhido para a tatuagem, mais enigmática e secreta é o seu sentido.

A tatuagem carcerária é utilizada para a comunicação entre os criminosos, podem ser presentes por façanhas criminosas praticadas, punição por algum crime não aceito pelos presidiários como exemplo o estupro, para identificar a hierarquia na prisão, quem é chefe e quem é subordinado, e também para separar gangues, definindo a entrada ou saída do participante de algum grupo especifico, algumas ainda são feitas definindo a personalidade do presidiário e o seu grau de periculosidade e os crimes pelo qual está preso.

Por falta de recursos, as tatuagens feitas em presídio são improvisadas, utilizando materiais impróprios como clipes, grampos, pregos, tinta de caneta, nanquim, plástico derretido e até mesmo cinzas de cigarro misturadas à saliva, por isso a cor é sempre monocromática, ressalva para a entrada ilegal de tinta e máquinas profissionais nos presídios que a cada dia torna-se uma prática mais comum.

Alguns desenhos e símbolos já foram desvendados, porém, é impossível basear-se nessas informações, uma vez que o significado da tatuagem pode variar de lugar para lugar e de gangue para gangue. Abaixo algumas tatuagens com seus possíveis e mais comuns significados no mundo da criminalidade.

Além de identificar a gangue que o criminoso pertence, tatuagens no rosto são feitas também para representar a personalidade.

Jesus Cristo no peito pode significar latrocínio, em alguns lugares é utilizado o desenho de uma pistola na perna.

Demônios denotam presidiários que matam por prazer, homicidas normalmente considerados psicopatas.

Saci-Pererê, utilizado por traficantes de drogas.

Pomba, identifica assaltantes de residências.

A caravela no coração faz referência à liberdade. O Satanás sobre o umbigo refere-se a detentos de alta periculosidade.


Nossa Senhora Aparecida, tatuada nas mãos, braços ou coxas identifica elemento praticante de homicídio.

Punhal ou faca, preso que já cometeu homicídio utilizando arma branca, ou de personalidade traiçoeira.

Teia de aranha, feita para homenagear comparsas que morreram.

Cinco pontos tatuados entre o polegar e o indicador, demonstra que ele era de uma quadrilha de assalto.

Três sepulturas significam que o proprietário desta marca guarda segredos como um túmulo.

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